Arquivos para o mês de: março, 2012

Mais dicas para lavabos! Lembra das opções com papel de parede?

Hoje escolhi um outro revestimento – que é um dos meus elementos preferidos em decoração – a madeira. Devido à multiplicidade de resultados que podemos obter dependendo do acabamento que o arquiteto ou o cliente escolherem para o material, não há limites para sua utilização.

 

A madeira natural, muitas vezes envelhecida – ou de demolição – é empregada quando busca-se um resultado mais aconchegante, natural, quase bruto no ambiente. Essa foi a proposta adotada no lavabo da Casa Cor RS, na imagem à esquerda. Mas se adotarmos um desenho moderno para o material, o resultado pode se tornar super contemporâneo, como no lavabo à direita.

 

Uma mistura que fica ultra chique é a composição da madeira com o mármore. Essas duas composições acima adotaram o mesmo partido, de emoldurar um volume suspenso de mármore, com um painel de folha de lâmina natural. No projeto da arquiteta Juliana Brasil, à esquerda, a madeira também reveste a porta de correr e a cuba é toda encaixada no mármore, com uma torneira toda moderna que vem do teto. Já o arquiteto Leonardo Junqueira fez do mármore a base para a cuba apoiada, e utilizou um tom de madeira mais escuro.

 

E essas propostas quase idênticas? Em ambas, a bancada é toda revestida em madeira, incluindo o tampo, e somente a cuba é revestida internamente com pedra (que me parece um mármore marrom imperador). Mas o resultado dos ambientes é muito diferente, e quase que somente com a mudança de cor das paredes.

E por último, um lavabo projetado pela AG Movelaria, pra quem acha que colocar muita madeira junto não combina…

 

 

Agora que nós já sabemos a diferença entre os termos cobogó e muxarabi, conseguimos identificar com muito mais facilidade esses elementos nos projetos de arquitetura.

Percebemos que rever esses elementos é uma tendência bem contemporânea e que partindo dos conceitos tradicionais, os arquitetos estão criando coisas bem interessantes. Olha esses exemplos ali na Rua Oscar Freire:

Aberta desde 2010, em comemoração aos 75 anos de história, a flagship store (loja-conceito) da Valisére ganhou projeto especial da arquiteta Patrícia Anastassiadis. Conceitual e inovador, o projeto foi concebido em parceria com a cenógrafa Daniela Thomas e com a stylist Flávia Lafer.

Na fachada, uma estrutura autoportante executada em resina translúcida posicionada atrás da vitrine de vidro resguarda as compradoras no interior da loja e permite que o logotipo da loja seja visto refletido em todo o piso com a passagem da luz. O resultado é um delicado e moderno muxarabi.

 

Um pouco mais à frente, o restaurante Alma Maria tem projeto do arquiteto Arthur Casas. Com cardápio de inspiração espanhola, o arquiteto procurou trazer muita luz para o interior, com pé direito de 6 metros e ambientes em diferentes níveis que se entrelaçam sem paredes internas.

Para conseguir esse resultado, a fachada é toda aberta à rua e a vedação é feita com uma porta-painel que aberta parece um grande mural. Ela tem recortes que lembram a repetição de padronagem que encontramos nos cobogós, mas numa interpretação bem mais contemporânea.

  

 

Depois de apresentar o muxarabi pra vocês nesse post, resolvi falar do parente nacional, o cobogó, que nada mais é que um elemento vazado de nome próprio. O nome aliás, veio através do sobrenome dos três engenheiros de Recife que os desenvolveram: Amadeu Oliveira COimbra, Ernest August BOeckmann e Antônio de GÓis, isso lá em 1929. Os modelos mais comuns são os feitos em cimento e cerâmica, mas encontramos em vidro, mármore e metal.

Eles foram projetados para fechamento ou divisão de ambientes permitindo que neles entrassem luz e ventilação, mas mantendo a privacidade do interior. Na década de 50 eles foram muito utilizados, inclusive em projetos de Niemeyer e Lúcio Costa, e voltam à moda agora em obras contemporâneas de arquitetos brasileiros, ou não.

Esse projeto incrível é de um restaurante na Cidade do México chamado La Nonna, do escritório mexicano Cherem Serrano em parceria com DMG arquitetos. Buscando aproveitar ao máximo os 200 metros quadrados disponíveis o bar ficou centralizado, liberando espaço para mesas e circulação e em todos os lados podemos ver o cobogó – até no teto!

 

O escritório brasiliense Domo Arquitetura utilizou o material em duas mostras. Em 2008 projetaram o Pavilhão Patchwork, uma galeria de arte que misturava diferentes tipos de elementos vazados aleatoriamente com a intenção de criar um fundo opaco e translúcido para as telas que ficariam expostas.

 

Em 2010, aplicou o material, com desenho mais moderno e particular, na fachada da Casa Cor Brasília que homenageava os 50 anos da capital.

 

Nesse projeto do arquiteto Marcio Kogan, chamado de Casa Cobogó, o elemento é personagem central do projeto. Além disso, é assinado pelo escultor austríaco Erwin Hauer, grão-mestre dos cobogós, autor de inúmeros módulos vazados e patenteados.